27/05/2010

Acasalar ou não? Saiba o que é melhor para seu animal

Devo deixar seu animal cruzar?

Aqueles que possuem um animal de estimação quase sempre têm o desejo que seus pets acasalem. E os motivos são vários: dar oportunidade a seu animal de cruzar "pelo menos uma vez na vida", ficar com um filhote e reviver aqueles dias em que uma bolinha de pelos corria pela casa ou mesmo porque os donos pensam que acasalar é importante, "evita o câncer" ou "impede que o macho fique agressivo". Vamos analisar os prós e contras, o que há de verdade e mito nesses conceitos populares.

Primeiramente, nem todo animal pode acasalar. Independente da idade, se o macho ou fêmea for portador de alguma doença geneticamente transmissível, ele não deve cruzar. Por exemplo, displasia coxofemural, falta de um testículo, alguns problemas de pele como sarna demodécica, alergias, epilepsia e outras. A chance dos descendentes apresentarem os mesmos problemas é grande, por isso, aconselha-se não acasalar esses animais para não perpetuar a doença.

Existem também doenças "sexualmente transmissíveis" entre os animas. Cães portadores de brucelose e tumor venéreo transmissível (tumor de Sticker), não devem cruzar.

A idade e a condição de saúde também são fatores limitantes. Cadelas e gatas, embora tenham cios até o final da vida, pois não existe a menopausa para elas, não devem cruzar após os 5 anos de idade, porque já são consideradas idosas. Os machos podem cruzar até o final da vida, mas o esforço do acasalamento é prejudicial para machos cardíacos, com alterações ósseas ou articulares. O correto é acasalar animais jovens, cadelas a partir do terceiro cio e machos após 1 ano de idade, desde que sejam saudáveis.

É importante lembrar que na criação de cães e gatos de raça, evita-se o cruzamento de animais que não apresentem todas as características da raça. Embora possa parecer, os criadores não fazem isso apenas com o objetivo de manter o padrão estético da raça, mas sim evitar desvios comportamentais e "defeitos"que possam comprometer a saúde dos animais. Por exemplo, cães brancos, em determinadas raças, não indesejáveis por serem mais frágeis e propensos a problemas de pele. Animais agressivos não devem ser acasalados se o comportamento da raça é calmo. Aliás, independente da raça, mesmo no caso de mestiços ou vira-latas, nunca é aconselhável cruzar cães ou gatos extremamente bravos.

É um erro pensar que cruzar um cão o fará ficar mais calmo. O cão não fica "louco" se não cruzar. A chance dele conseguir uma fêmea para cruzar, tendo raça ou não, é pequena. Cruzará uma ou duas vezes em toda a sua vida se não tiver acesso irrestrito à rua. É errado também abrir o portão e deixar o macho "ir atrás das fêmeas". Isso gera um número crescente de cães e gatos de rua que são maltratados, atropelados, passam fome e frio. A castração dos machos aos 6 ou 7 meses é uma forma deles desenvolverem um temperamento controlado, evita as fugas e a demarcação de território (xixi pela casa toda).

As fêmeas também não desenvolvem câncer se não cruzarem. Para evitar tumores de mamas, comuns em cadelas e gatas acima de 5 anos, o único método eficaz é a castração antes do primeiro cio, por volta de 6 meses de idade.

Muitos donos deixam seus animais cruzarem para ficar com um filhote. Pelo lado sentimental do dono, isso é compreensível, porém, é preciso meditar no custo que isso terá: para ficar com um filhote, quatro ou cinco outros animaizinhos terão que ser gerados e nem sempre é possível conseguir bons lares para todos. Infelizmente, é gigantesca a quantidade de donos sem consciência do que é o bem-estar dos animais. Ficam entusiasmados pela "bola de pelos", mas logo depois o encanto acaba quando o cão ou gato cresce. Não fosse assim, não teríamos um número assustador de animais nas ruas e em abrigos aguardando um lar.

É importante ter consciência de que acasalar um animal e gerar uma ninhada não é algo tão simples. E se você ainda pensa que a cadela ou a gata sentirá falta de "ser mamãe", está enganado. Gatas e cadelas só acasalam durante os cios que é uma fase de mudança hormonal. Passada essa fase, ela não aceita o macho para cruzar e nem sente falta disso. O custo de deixar uma fêmea experimentar a maternidade pode ser alto demais: aumento da população de animais nas ruas, cães e gatos em abrigos ou em condições muito longe daquela que seu animal tem.

Este artigo não tem a intenção de passar a mensagem "não cruze seu animal", mas sim de levar os donos à reflexão. Se o macho não fica "louco" por não cruzar e o cruzamento não evitar o câncer nas fêmeas, não seria o caso de pensar melhor antes de deixar seu animal acasalar?

Silvia C. Parisi
médica veterinária - (CRMV SP 5532)

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www.webanimal.com.br

Mitos e verdades sobre a castração

A castração ainda é um assunto bastante polêmico para os proprietários de animais de estimação. Está associada à imagem de cães e gatos gordos e letárgicos, "cirurgia cruel", "mutilação do animal", etc.. É preciso desvendar o que há de falso e verdadeiro sobre a castração e entender bem quando ela é recomendada.

"A castração deixa o animal gordo"
Falso. A castração pode causar aumento do apetite, mas se a ingestão de alimento for controlada e o dono não ceder às vontades do animal, o peso poderá ser mantido. Observa-se que animais castrados quando jovens, antes de completar 1 ano de vida, apresentam menos sinais de aumento de apetite e menor tendência a se tornarem obesos. A obesidade pós castração é causada, na maioria das vezes, pelo dono e não pela cirurgia.

"A castração deixa o animal bobo"
Falso. O animal ficará letárgico após a castração apenas se adquirir muito peso. Gordo, ele se cansará facilmente e não terá a mesma disposição. A letargia é consequência da obesidade e não da castração em si. Os animais na fase adulta vão, gradativamente, diminuindo a atividade. Muitos associam erroneamente esse fato à castração.

"A castração mutila o animal, é uma cirurgia cruel!"
Falso. A cirurgia de castração é simples e rápida e o pós-operatório bastante tranquilo, principalmente em animais jovens. É utilizada anestesia geral e o animal já estará ativo 24 horas após a cirurgia. Não há nenhuma consequência maléfica para o animal que continuará a ter vida normal.

"A castração evita câncer na fêmea"
Verdadeiro. As fêmeas castradas antes de 1 ano de idade, têm chance bastante reduzida de desenvolver câncer de mama na fase adulta, se comparado às fêmeas não castradas. A possibilidade de câncer de mama é praticamente zero quando a castração ocorre antes do primeiro cio. A retirada do útero anula a chance de problemas uterinos bastante comuns em cadelas após os 6 anos de idade, cujo tratamento é cirúrgico, com a remoção do órgão.

"O macho castrado não tem interesse pela fêmea"
Falso. Muitos machos castrados continuam a ter interesse por fêmeas, embora ele seja menor comparado a um animal não castrado. Se o macho é castrado e há uma fêmea no cio na casa, ele pode chegar a cruzar com ela normalmente, sem que haja fecundação.

"Castrando os machos eles deixam de fazer xixi pela casa"
Verdadeiro. Uma característica dos machos é demarcar o território com a urina. Se o macho, cão ou gato, for castrado antes de um ano de idade, ele não demarcará território na fase adulta. A castração é indicada também para animais adultos que demarcam território urinando pela casa. Nesse último caso, pode acontecer de animais continuarem a demarcar território mesmo após a castração, pois já adquiriram o hábito de urinar em todos os lugares.

"Deve-se castrar a fêmea após ela ter dado cria"
Falso. Ao contrário do que alguns pensam, a cadela não fica "frustrada" ou "triste" por não ter tido filhotes. Essa é uma característica humana que não se aplica aos animais. Se considerarmos a prevenção de câncer em glândulas mamárias, ela será 100% eficaz, segundo estudos, se feita antes do primeiro cio. O ideal é castrar o quanto antes.

Para que castrar os machos?
1. Evitar fugas.
2. Evitar o constrangimento de cães "agarrando" em pernas ou braços de visitas.
3. Evitar demarcação do território (xixi fora do lugar).
4. Evitar agressividade motivada por excitação sexual constante.
5. Evitar tumores testiculares.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxofemural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças transmissíveis aos descendentes).

Se levarmos em conta quantas vezes um animal macho terá oportunidade de acasalar durante toda a sua vida reprodutiva, seria mais conveniente diminuir sua atração sexual pelas fêmeas através da castração. O animal "inteiro" excita-se constantemente a cada odor de fêmea no cio, sem que o acasalamento ocorra, ficando irritado e bastante agitado, motivando a fuga de muitos. O dono precisa vencer o preconceito, algo que é inerente aos humanos apenas, e pensar na castração como um benefício para seu animal.

Para que castrar as fêmeas?
1. Evitar acasalamentos indesejáveis, principalmente quando se tem um casal de animais de estimação.
2. Evitar câncer em glândulas mamárias na fase adulta.
3. Evitar piometra (grave infecção uterina) em fêmeas adultas.
4. Evitar episódios frequentes de "gravidez psicológica" e suas consequências como infecção das tetas.
5. Evitar cios.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxofemural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças transmissíveis aos descendentes).

É errado o conceito de que a castração só deve ser feita em cadelas de rua. Se o proprietário não tem intenção de acasalar sua fêmea, seja ela de raça ou não, é desnecessário enfrentar cios a cada 6 meses, riscos de gravidez indesejável e, principalmente, de doenças como câncer de mama e piometra. A castração garante uma vida adulta bastante saudável para as fêmeas e bem mais tranquila para os donos.

Silvia C. Parisi
médica veterinária - (CRMV SP 5532)

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26/05/2010

Cachorra com problemas de visão tem cão-guia particular


Quando li o título dessa história, achei que se tratava de uma cachorrinha de madame rica, mas não é. É um exemplo de solidariedade canina. A cadelinha Ellie, praticamente cega, tem um cão-guia. O cachorro não foi contratado nem recebe qualquer pagamento - assumiu a função por pura amizade.

O problema de visão de Ellie faz com que ela enxergue apenas sombras. Em um caso de metalinguagem animal, Leo (o cão-guia) é um cachorro que leva um cachorro para passear. Ele conduz a parceira e afasta vira-latas que tentam se aproximar para criar confusão.

Os dois cães pertencem a Julie Lander, voluntária de uma entidade de proteção aos animais na Inglaterra. A mulher adotou a Ellie em meio uma ninhada de cinco filhotes resgatados pela entidade.

Julie está tentando arrecadar o equivalente em libras a cerca de R$ 6,7 mil para uma operação que pode restaurar a visão da cadelinha. Conforme o “The Sun“, os músculos dos olhos da cachorra não se desenvolveram adequadamente porque ela foi mantida no escuro.

clicRBS - Mundoidão 

AUTOR: André Crespani

24/05/2010

18% dos adultos preferem passar o Dia dos Namorados com o mascote

Resultado da pesquisa da Ipsos/Reuters também refere-se ao Brasil

Para muitas pessoas, cachorros e gatos são a
melhor companhia, diz a pesquisa
Foto:  Fabrizio Motta 

Uma pesquisa feita pela Ipsos/Reuters aponta que um em cada cinco cidadãos do mundo prefere passar o próximo Dia dos Namorados (em 12 de junho) com o animal de estimação em vez do parceiro.

A pesquisa, realizada globalmente, aponta que um em cada cinco adultos (21%) em 23 países (que representam 75% do PIB mundial), se pudesse optar, passaria o dia com seu mascote, e não com seus companheiros. Mas 79% discordam e preferem passar o dia com seus parceiros ao animal de estimação. No Brasil, o número chega a 18%, ficando atrás da Argentina e da Espanha, por exemplo. 

Contrariando estereótipo, a propensão em trocar o parceiro pelo animal de estimação tem mais a ver com idade do que com sexo–- os mais velhos estão menos propensos a trocar o parceiro pelo animal de estimação. Independente de serem homens ou mulheres, ou seja, embora existam diferenças entre os 23 países pesquisados, não é o sexo que determina essa vontade, mas sim a idade.

A pesquisa realizada com mais de 24 mil adultos – mais de mil por país – mostra que os entrevistados da Turquia (49%) são os mais propensos a passar o tempo com um animal de estimação e não com o parceiro, seguidos pelos da Índia (41%),  do Japão (30%), da China (29%), dos EUA (27%) e da Austrália (25%). 

Por outro lado, na lista dos países onde as pessoas estão menos dispostas a passar o dia com um animal de estimação e não com os seus parceiros, aparece em primeiro lugar a França (10%), seguida pelo México (11%), Holanda (12%) e Hungria (12%).

A lista a seguir começa com os países onde os cidadãos entrevistados estão mais inclinados a concordar que "prefeririam passar o dia com o animal de estimação a passar com o parceiro": 

Confira o resultado da pergunta acima em outros países: 

Brasil                     18% concordam      82% não concordam
Turquia                  49% concordam      51% não concordam
Índia                       41% concordam      59% não concordam
Japão                    30% concordam      70% não concordam
China                     29% concordam      71% não concordam
Estados Unidos    27% concordam      73% não concordam
Austrália                25% concordam      75% não concordam   
Coreia do Sul       23% concordam      77% não concordam
Polônia                  23% concordam      77% não concordam
Itália                       22% concordam      78% não concordam
República Checa 20% concordam      80% não concordam
Canadá                 20% concordam      80% não concordam
Espanha               19% concordam      81% não concordam
Argentina              19% concordam      81% não concordam
Grã-Bretanha       18% concordam      82% não concordam
Rússia                  17% concordam      83% não concordam
Bélgica                 15% concordam      85% não concordam
Suécia                  15% concordam      85% não concordam
Alemanha            14% concordam       86% não concordam
Hungria                 12% concordam      88% não concordam
Holanda                12% concordam      88% não concordam
México                  11% concordam      89% não concordam
França                  10% concordam      90% não concordam 

Com relação aos resultados demográficos para a amostra total, os que dizem que prefeririam passar o dia com o animal de estimação ao passar com o parceiro, são homens (21%) e mulheres (22%) com idade abaixo de 35 anos (25%) seguidos por aqueles entre 35 e 54 (18%) ou com mais de 55 anos (14%), e têm menor renda (24%), comparado com classe média (20%) e classe alta (20%).

Por outro lado, os que estão menos propensos a passar o dia com os animais de estimação deixando de lado os parceiros, são homens (79%) e mulheres (70%) com mais de 50 anos (86%), seguidos por aqueles que têm entre 35 e 54 anos (82%) e aqueles abaixo de 35 (75%), de classe média (80%) e alta (80%), seguidos pela classe baixa (76%). 

A Ipsos é referência mundial em pesquisa de mercado e interpretação de dados. Criada em 1975 na França, presente no Brasil desde 1997, consolidou-se como uma das maiores empresas de pesquisa do mundo.

Fonte: Ipsos.